terça-feira, 8 de março de 2011

It just seems to be.

Dirijo-mo ao lado de fora,
sento-me na borda da árvore de concreto em que vivo
e olho para cima.
xiste um céu nublado;
olho para baixo, para os animais de metal e para a grama de cimento
e começo a questionar-me se isso realmente é certo.
Então torno à olhar para cima,
há uma luz, uma única estrela,
a observo, achando-a curiosa,
surge outra estrela à cima,
o vento está empurrando as nuvens
para que eu possa compartilhar o brilho do meu olhar
com o brilho das distântes estrelas.
Continuo as observando, curiosa.
o céu estava se abrindo pra mim,
mostrando-me tais luzes.
Comicamente, isso me fez sorrir
depois de algumas lágrimas derramadas.
Então vejo um vulto mais abaixo,
é um garoto andando,
com pinta de quem é o tal,
o melhor de todos,
então o vejo tirando as chaves do bolso
e entrando numa casa simples... até demais.
Coitado do rapaz,
deve haver uma mãe doente o esperando para tomar uma sopa
ou uma irmã querendo fazer o dever de casa.
É, aparências enganam.
um pouco adiante havia um homem
direcionando-se à um carro de alto custo,
com roupas simples e humildes, até rasgadas.
ele está estendendo a mão em direção ao vidro do carro.
Meu Deus, ele irá roubá-lo!
então o carro simplesmente acelera rápidamente, ignorando-o.
O homem retorna à calçada,
agaixa-se para pegar uma moeda,
senta-se ali mesmo,
puxa um jornal que viu voando ao vendo,
o põe sobre ele
e vai dormir.
pobre homem.
só queria alguns centavos
para comer seu pão de nem todos os dias.
aparências enganam.
então volto à olhar para o céu.
o paraíso ainda estava se abrindo.
volto a sorrir.
o céu estava se abrindo para mim, me mostrando aquelas luzes,
mas será que o pobre homem e o humilde rapaz viam o que eu via?
Provavelmente não.
A vida é injusta.
Tem quem tem e não deveria ter.
Tem quem deveria ter e não tem.
Aquela seria uma vista mais bela
se não fossem as árvores e gramas de cimento e concreto.
Se não fossem os ruídos dos animais de metal.
Se não fossem essas tais aparências.

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